
Há quatro anos, Luan vivia uma emoção que, mal sabia ele, seria pequena diante do que estaria por vir. Naquele momento, porém, foi o êxtase para o então jovem de 20 anos. Contra o mesmo Brasil de Pelotas, rival desta quarta-feira, às 21h45, na Arena, o atacante do Grêmio anotou seu primeiro gol com a camisa do clube. Desde então, são três títulos importantes no cenário brasileiro, a conquista do status de ídolo da torcida e uma vida nova.
Luan estava no time B que iniciou o Gauchão de 2014, em situação semelhante a vivida nesta temporada. A equipe principal se preparava para a disputa da Libertadores e, por conta da Copa do Mundo daquele ano, o calendário estava apertado. A solução foi acionar os garotos. No gol, por exemplo, estava Follmann, sobrevivente da tragédia da Chapecoense, como um dos destaques.
Naquele 30 de janeiro de 2014, o Grêmio se encaminhava para uma derrota no Bento Freitas quando o atacante recebeu às costas da defesa e, com uma cavadinha semelhante à da final da Libertadores, empatou o jogo. O Brasil ainda perderia um pênalti no último lance.
Desde o gol, o camisa 7 conquistou o ouro olímpico inédito no Brasil, em 2016, com a seleção brasileira, a Copa do Brasil daquele ano e a Libertadores de 2017 com a camisa gremista. E também certamente atrai muito mais as atenções dos adversários.
– Mudou muita coisa desde o primeiro gol até hoje. Mudou para melhor. Pode ter esse cuidado a mais (dos adversários), mas nossa equipe é muito forte quando temos o coletivo. Sempre falei que me destaquei com os prêmios individuais, foi por causa da minha equipe. Sem eles, não teria como. Estou bem preparado, como para qualquer jogo. Já esperando isso (marcação forte), jogar no Grêmio todos têm a responsabilidade – comentou Luan em entrevista coletiva.
A atual situação na tabela, porém, não suscita comemorações. O Grêmio é o lanterna do Gauchão, com um ponto ganho em 15 disputados. Sobre as costas de Luan está, novamente, a responsabilidade de balançar as redes para ajudar o Tricolor a vencer a primeira.
– São boas lembranças (enfrentar o Brasil), pude fazer meu primeiro gol aqui no Grêmio, mas hoje é totalmente diferente de quando estreei. A gente em uma situação que não podemos estar, o Grêmio não pode estar. Estamos bem concentrados para fazer um grande jogo, retomar o nosso ritmo o quanto antes para sair desta situação. E que possa classificar, chegar também no Gauchão. Claro, sempre respeitando o time deles. Quando joguei contra, é bem complicado. Vamos respeitar o time deles, mas temos que nos impor dentro da nossa casa – completou o camisa 7.