Treinadores consagrados e que ainda viriam a se consagrar passaram pelo Grêmio nas últimas duas décadas. Casos de Mano Menezes e Tite, dois dos últimos quatro técnicos da seleção brasielira. Atual dono do cargo mais importante do futebol brasileiro, Tite teve um trabalho vitorioso em sua última estada no Tricolor gaúcho. Conquistou o Campeonato Gaúcho e a Copa do Brasil, sobre o Corinthians, em 2001.
Naquele ano, chegou nas semis da Copa Sul-Minas e da Mercosul, e nas quartas do Brasileiro que ainda não era de pontos corridos. No ano seguinte, também alcançou as semis da Libertadores, do Brasileiro e da Copa Sul-Minas. Em 2003 – quando se inicia o recorte da pesquisa – pediu demissão após a eliminação nas quartas de final da Libertadores e o baixo aproveitamento no Brasileiro.
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Tite conquistou a Copa do Brasil de 2001, vencendo o Corinthians na final — Foto: AE/Neco Varella
A segunda queda
Aí chegou 2004, uma das temporadas mais complicadas da história do clube, que se encerrou com uma inevitável queda para a Série B. Capitão do título da Libertadores em 1995, Adilson Batista começaria aquele ano (iniciou o trabalho em agosto de 2003) no comando do time, o seu primeiro clube grande na nova função. Saiu após a oitava rodada do Brasileiro, na 14ª colocação de 24 times na disputa.
Depois disso, o desconhecido José Luiz Plein (lembra dele?) ficou três meses e entregou o time na 21ª posição, já na zona de rebaixamento. Em um mês e meio de trabalho, Cuca não conseguiu impedir que a situação desandasse de vez. Saiu do cargo a oito rodadas do fim com o Grêmio na lanterna. Cláudio Duarte pegou a equipe na reta final mas não evitou o iminente descenso, faturando apenas quatro pontos dos 24 que disputou.
De 2005 a 2015: diversos técnicos e a busca por consolidação no cenário
Depois de grande trabalho pelo XV de Campo Bom, onde foi semifinalista da Copa do Brasil, Mano Menezes ganhou a oportunidade de comandar o time na luta pelo acesso à Série A. E a trajetória foi mais do que marcante. Principalmente pela última partida, que ficou conhecida como a Batalha dos Aflitos. No estádio do Náutico, no Recife, o Grêmio foi capaz de vencer uma partida em que teve dois pênaltis contra a sua meta e quatro jogadores expulsos (o adversário levou um cartão vermelho). No fim do script, 1 a 0 para o clube que consolidaria o apelido de Imortal, adjetivo presente no hino gremista.
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Mano Menezes foi o técnico da inesquecível Batalha dos Aflitos — Foto: Agência Estado
Foi a glória para Mano Menezes, que deu sequência ao trabalho conquistando o Campeonato Gaúcho do ano seguinte sobre o rival Internacional (no Beira-Rio) e a terceira colocação no Brasileirão. Em 2007, além do bicampeonato gaúcho, conseguiu levantar um time outrora desacreditado e foi vice-campeão da Libertadores, em final vencida pelo Boca Juniors.
Em 2008, Celso Roth foi vice no Brasileiro depois de liderar a competição por 17 rodadas. No ano seguinte, Paulo Autuori chegou até a semi da Libertadores e foi eliminado diante do Cruzeiro. Recebeu uma proposta do Qatar e deixou o clube faltando quatro rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro.
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Luxembugo não levantou nenhuma taça no Grêmio — Foto: Wesley Santos / PressDigital
Semifinal da Copa do Brasil, quartas da Sul-Americana, terceiro colocado no Brasileiro de 2012, a trajetória de Vanderlei Luxemburgo teve marcantes decisões, mas a queda nas oitavas da Libertadores de 2013 fez seu cargo balançar. Roger Machado teve um ano de 2015 muito bom no comando efetivo do Grêmio, mas após a derrota por 3 a 0 para a Ponte Preta, o treinador decidiu deixar o clube. A falta de taças pesou para a não continuação do bom trabalho.
Renato Portaluppi para os gremistas
A primeira passagem de Renato Gaúcho foi em 2010, quando foi eliminado na segunda fase da Sul-Americana para o Goiás. Após conseguir um bom ano em 2011 com o clube, decidiu sair por desgaste com a diretoria. A volta em 2013 terminou com a queda na semi da Copa do Brasil, para o Atlético-PR.
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Renato tem o nome gravado na história do Grêmio como jogador e como técnico — Foto: Lucas Uebel / Grêmio, DVG
A atual passagem de Renato do Grêmio o faz elevar ao status de mito dos mitos na história do clube. O treinador conquistou a Copa do Brasil de 2016. No ano seguinte, levou um elenco com vários jogadores desacreditados (casos de Léo Moura, Maicon, Fernandinho e Jael) ao tricampeonato da Libertadores, em decisão contra o Lanús, com vitórias na ida e na volta. Diante do fortíssimo Real Madrid, o bicampeonato mundial não veio. Mas o orgulho no peito gremista estava definitivamente restaurado.
Neste ano, o Grêmio faturou o Gauchão, com direito a eliminar o Inter nas quartas de final. Além disso, chegou à semifinal da Libertadores, se aproximando muito do sonho do tetra da América. Um jogo atípico contra o River Plate deu fim à bela campanha. Apesar disso, Renato Portaluppi (como chamam os gaúchos), campeão da Libertadores como jogador e técnico, ainda aguarda sua estátua na Arena do Grêmio.
Principais destaques*:
- Mais jogos na mesma passagem: Mano Menezes – 166 jogos (2005-07)
- Mais passagens: Renato Gaúcho (2010-11, 2013 e 2016 até o momento) – 3 vezes
- Melhor aproveitamento: Vagner Mancini – 78% em 6 jogos (2007-08)
- Mais títulos: Mano Menezes e Renato Gaúcho – 3 conquistas cada
- Menos tempo: Nestor Simionatto – 31 dias (2003)
- Pior aproveitamento: Nestor Simionatto (2003) – 17% em 8 jogos; Cláudio Duarte (2004) – 17% em 8 jogos
*Técnicos interinos não incluídos na conta.