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A polêmica entre Grêmio 1 a 2 River Plate não se resumiu aos lances que culminaram nos gols de Borré e Pity Martínez (na mão de Bressan após o chute de Scocco dentro da área) e revisões ou não do VAR. A postura de Marcelo Gallardo, ao ignorar o descumprimento e manter o contato com os comandados na Arena, gerou reclamações e protesto pelo lado gremista.

Suspenso, o treinador ficou em um dos camarotes da Arena. Porém, desde o primeiro tempo, se comunicava com a utilização de um rádio com o auxiliar Matías Biscay. Não satisfeito, ainda tentou se “camuflar”, ao descer no intervalo de casaco e boné para tentar passar despercebido e rumou ao vestiário visitante. Após a classificação assegurada, assumiu que burlou a punição.

– Tomei a audácia porque achei que os jogadores precisavam e eu também. Quebrei uma regra, reconheço e assumo, mas era o que eu precisava e não me arrependo de nada. Eles tinham uma mensagem muito clara e as pessoas que trabalham comigo também – admitiu para jornalistas ao cruzar a zona mista da Arena.

A própria declaração de “El Muñeco”, aliás, foi outra ilegalidade. Afinal, não poderia se manifestar na Arena. Comentou, inclusive, que a reincidência de atrasar no retorno do intervalo, em sua análise, foi abusiva.

– Eu acho injusto porque tiram o seu direito e liberdade para trabalhar. Não há problema em ser multado, se a equipe sai um minuto atrasada. Só que não falo de cinco ou seis minutos, há tolerância zero e eles o suspendem e o tiram do trabalho. De qualquer forma, fomos claros sobre o que devemos fazer, é ultrajante que tirem a liberdade de trabalhar – vociferou.

Gallardo, no entanto, não falou apenas de polêmicas. Também discursou sobre a partida. Ainda mais ao conseguir uma virada nos minutos derradeiros da partida e na casa do atual campeão da América. Viu o time buscar as rédeas da partida e lutar pela classificação e confirmou vaga entre os dois melhores do torneio.

– Nós vencemos uma partida histórica contra uma equipe com muito mérito. Assumimos a responsabilidade de procurar o jogo, porque estávamos em desvantagem e precisávamos vencer o jogo. Uma equipe que tentou se defender nos braços de seu povo. Estou mais feliz com a vitória porque mostra que o Grêmio nos respeitou ao longo da série. Nós levamos um jogo para a frente no momento mais difícil, com confusão e nervosismo. A equipe respondeu como tinha que responder.

Grêmio cobra atitude da Conmebol

A “esperteza” de Gallardo não passou incólume pelo Grêmio. O presidente Romildo Bolzan Júnior esbravejou contra as atitudes do treinador do River Plate e cobrou uma resposta da Conmebol. Lembrou um acordo de Fair Play assinado entre os clubes para manter o respeito dentro e fora das quatro linhas nesta reta final de Libertadores.

– Há três semanas, fomos chamados na Conmebol para respeitar o Fair Play, o adversário. Houve uma punição ao treinador do River. Punição é punição. Não precisam ser espertos para ganhar, Vamos esperar para ver o tipo de providência que a Conmebol tomará. Se forem omissos, se aceitarem, passa a ser uma situação muito duvidosa – definiu Romildo.

O River agora aguarda o adversário. Palmeiras e Boca Juniors se enfrentam na noite desta quarta-feira na Arena Palestra, às 21h45. Como perdeu por 2 a 0 em La Bombonera, os paulistas precisam devolver o resultado para levar o jogo aos pênaltis ou vencer a partir de três de diferença.



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