
Seria tremenda injustiça afirmar que Renato Gaúcho vive uma boa fase. A realidade é que o treinador está com tudo há pelo menos dois anos e – ainda bem para a torcida do Grêmio – não está prosa. Eis o recente cartel: quatro títulos e um vice-campeonato em nove competições com fases eliminatórias desde 2016. Na décima disputa, a Libertadores em andamento, a possibilidade de final é grande. Portaluppi atualiza seu currículo a cada semestre, graças a 67,4% de aproveitamento em 45 jogos de mata-mata. Caso passe pelo River Plate nesta terça, às 21h45, na Arena do Grêmio, Renato poderá erguer o terceiro troféu apenas em 2018 – Gaúcho e Recopa já estão na galeria.
O Espião Estatístico destrinchou a numeralha do Grêmio com Renato desde sua chegada e mostra o crescimento de time e técnico juntos.
Renato Gaúcho chegou em 21 de setembro de 2016 e, com dois meses e meio de casa, arrebatou uma Copa do Brasil. Não há como negar que o início vitorioso deu respaldo e tranquilidade para a subida de nível de todos no Grêmio.
Na temporada seguinte, cinco mata-matas disputados e uma prioridade: a conquista da Libertadores pela terceira vez. O principal troféu do continente veio, e o patamar de Renato mudou.
O Grêmio de Renato Gaúcho em mata-matas desde 2016
Temporadas | Mata-matas | Retrospecto | Aproveitamento | Resultados |
2016 | 1 | 7J 3V 3E 1D | 57,1% | Campeão Copa do Brasil |
2017 | 5 | 21J 14V 3E 4D | 71,4% | Campeão Libertadores |
2018 | 4 (1 em andamento) | 17J 10V 4E 3D | 66,6% | Campeão Gaúcho + Recopa |
2016-2018 | 10 (1 em andamento) | 45J 27V 10E 8D | 67,4% | 4 Títulos (até 30/10) |
Em 2018, um primeiro semestre vencedor: Recopa Sul-Americana e Gauchão – este, em recuperação avassaladora desde a primeira fase. Na Copa do Brasil, queda para o Flamengo nas quartas de final. A quarta Libertadores da história pode coroar o ano com três conquistas (ou quatro, contando possível revanche contra o Real Madrid no Mundial).
Talvez o que mais chame atenção no Grêmio desde 2016 seja a regularidade em casa e fora nos torneiros eliminatórios. Em 21 partidas como mandante, o aproveitamento foi de 71,4% em 21 jogos, com 13 vitórias e apenas duas derrotas. Longe de casa, foram 22 jogos, com 65,1% dos pontos conquistados – 13 vitórias e cinco reveses. Vale lembrar que desconsideramos mandos de campo de Grêmio 1 x 0 Pachuca e Real Madrid 1 x 0 Grêmio, pelo Mundial 2017, por não serem disputados na casa de nenhum dos times.
No período, o clube gaúcho enfrentou cinco disputas por pênaltis, com aproveitamento de 60%. Deixou 18 times diferentes para trás, sendo o Atlético-PR em duas ocasiões (Copas do Brasil 2016 e 2017). As quedas foram para Flamengo (Copa do Brasil 2018), Novo Hamburgo (Gaúcho 2017) e Cruzeiro, duas vezes, na Copa do Brasil 2017 e na Primeira Liga do mesmo ano. A derrota para o Real Madrid rendeu o vice-campeonato do Mundial de Clubes 2017.
Qual o limite de Renato – e, claro, do Grêmio? Teremos melhor noção logo mais, em Porto Alegre.