Foto: Lucas Uebel/Grêmio

O Grêmio surpreendeu na vitória diante do Cruzeiro ao entrar em campo com uma formação diferente do que tinha jogado neste ano. O técnico Renato Portaluppi implementou um esquema novo esquema tático, com trinca de volantes, o terceiro na temporada “tirado da cartola”. A primeira amostra deu resultado e pode ser levada para o restante do Brasileiro.

Ao longo de 2023, em alguns momentos o treinador precisou promover bruscas mudanças e mexer no desenho tático do time, tentando manter o estilo de posse de bola e pressão alta. No último domingo, isso voltou a acontecer, desta vez com um 4-4-2 e variações quando atacava e defendia. Mais uma mudança inesperada na formação tática.

Foi a primeira vez que o técnico colocou em campo a trinca de volantes Villasanti, Pepê e Carballo junto com Cristaldo, levando Bitello para o banco de reservas. Os três volantes já haviam atuado no jogo de ida da final do Gauchão, contra o Ypiranga, mas como uma alternativa à ausência do argentino, que estava machucado e não atuou.

Contra o Cruzeiro, o ídolo gremista montou uma espécie de losango no meio-campo quando estava com a bola. A tripé de volantes, com o paraguaio fazendo a primeira função, Pepê pela direita, Carballo pela esquerda e Cristaldo centralizado. Na frente, a dupla de ataque com João Pedro Galvão e Suárez.

No momento de se defender, os jogadores faziam um 4-4-2 em linha. No entanto, quem dava o primeiro combate lá na frente com o centroavante era Cristaldo. Galvão ficava aberto como meia pela esquerda e Carballo na direita. Villa e Pepê se alinhavam por dentro.

– O Renato para esse jogo, por exemplo, treinou durante a semana três sistemas. Esses jogadores, principalmente o João Pedro, que aproxima bastante e tem uma condição de condução de bola, enxergar o jogo e aproximação do Suárez, facilita bastante. Não só o João Pedro, mas o setor de meio-campo dá esse suporte que o Suárez precisa. Precisa de companheirismo, não adianta você pegar um jogador com a qualidade do Suárez e colocar isolado na frente – explicou o auxiliar Alexandre Mendes.

Esse é o terceiro esquema do Grêmio na temporada. No início do Gauchão, Renato procurou a sua formação de preferência, que é o 4-2-3-1. Neste sistema, usava dois volantes, um armador, um atacante de velocidade pela esquerda, que era Ferreira, e um meia mais defensivo na direita, Bitello.

Quando o camisa 10 se machucou, ainda no estadual, a vaga foi para o meia Vina. Dentro desse esquema, houve trocas de jogadores, mas a formação era essa, com a característica diferente pela substituição feita.

Na terceira fase da Copa do Brasil, contra o ABC, em Natal, Renato colocou uma escalação com três zagueiros e chamou atenção. Naquele momento, algo esporádico, por conta da bola aérea ofensiva do adversário. O Grêmio venceu por 2 a 0 e voltou para Porto Alegre praticamente classificado.

Mas essa formação retornou pouco mais de um mês depois. No Gre-Nal, o técnico consolidou a ideia do 5-4-1, com Uvini, Bruno Alves e Kannemann. O último jogo com três zagueiros foi na derrota para o Vasco, no São Januário. Desde então, o técnico retomou ao 4-2-3-1.

No entanto, a derrota para o Santos, na Vila Belmiro, exigiu mudanças. Novamente, o técnico precisou “tirar um coelho da cartola”, reinventar a equipe e esboçar um novo desenho tático. Deu certo. O Grêmio preencheu bem o meio-campo e Suárez teve mais companheiros para tabelar.

A dúvida que fica agora é se Renato vai manter essa formação para a sequência do Brasileiro. O técnico estava suspenso contra o Cruzeiro e o seu auxiliar, Alexandre Mendes, não garantiu que seguirá assim, mas elogiou a nova maneira da equipe jogar.



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