Ídolo máximo de todo o gremista, Renato Portaluppi retornou ao Grêmio em setembro de 2016 para dar nova guinada à história do clube. Reconduziu-o a uma era de conquistas brindada com o Tri da América em 2017. E graças ao resgate do espírito copeiro, marca registrada na década de 90 de glórias sob o comando de Felipão, e que volta a ser evocado às vésperas da terceira decisão de título em três anos. Nesta quarta-feira, o Tricolor recebe o Independiente, às 22h, na Arena, no jogo da volta da Recopa Sul-Americana, e se apega ao histórico em mata-matas com seu treinador.

As taças, claro, falam por si só. Renato assumiu o cargo para encerrar um jejum de 15 anos sem troféus nacionais e transformar seu time do coração em “Rei de Copas” com o penta da Copa do Brasil em 2016. À espera de sua estátua, o técnico eternizou ainda mais seu nome no panteão gremista com o tricampeonato da Libertadores no ano passado. Com um mantra: injetar no elenco, sempre, a obsessão por vencer.

Renato ergue a taça da Libertadores; técnico tem 70% de aproveitamento pelo Grêmio em jogos de mata-mata (Foto: Lucas Uebel / Grêmio, DVG)

Em 17 meses de sua terceira passagem pelo Grêmio, o comandante soma 26 partidas de mata-matas, com 70,5% de aproveitamento, construídos em 16 vitórias, sete empates e apenas três derrotas por uma Libertadores, duas Copa do Brasil e um Campeonato Gaúcho. Além dos dois títulos erguidos, são 11 classificações e apenas duas eliminações nas quatro competições disputadas (veja os números e todas as partidas abaixo). O GloboEsporte.com usou apenas duelos em ida e volta, caracterizando mata-mata – por isso, os jogos do Mundial de Clubes deste ano ficaram fora da contagem.

> Retrospecto do Grêmio em mata-matas com Renato desde 2016:

  • 26 jogos
  • 16 vitórias
  • 7 empates
  • 3 derrotas
  • 41 gols feitos
  • 15 gols sofridos
  • Aproveitamento: 70,5%
  • Classificações: 11
  • Eliminações: 2

As duas quedas, por sinal, só foram concretizadas em disputas de pênaltis. A primeira eliminação ocorreu diante do Novo Hamburgo, no Estádio do Vale, após dois empates em 1 a 1, na semifinal do Gauchão do ano passado. Ainda em 2017, o Tricolor caiu para o Cruzeiro também na semifinal e nas penalidades, pela Copa do Brasil, depois de as duas equipes “trocarem” vitórias por 1 a 0 nos dois jogos. A temporada, claro, foi salva e coroada com o Tri da Libertadores.

O lado “copeiro” e Renato foi colocado à prova logo em sua estreia pelo Grêmio. E como. Após a saída de Roger Machado, o técnico assumiu a equipe no jogo da volta das oitavas de final da Copa do Brasil, contra o Atlético-PR. Mesmo com vantagem por ter vencido a ida fora de casa, o Tricolor foi batido por 1 a 0 na Arena e teve de decidir a vaga nos pênaltis. Aí, brilhou a estrela de Marcelo Grohe: após falhar no gol rival, o camisa 1 defendeu a cobrança até do goleiro Weverton e selou a vaga.

Renato Portaluppi festeja o penta da Copa do Brasil ao lado da torcida (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)

A estrela e o histórico do comandante estão mais do que arraigados no elenco gremista. Com sua base mantida desde a primeira conquista, o plantel está acostumado a decisões deste quilate e pode gravar ainda mais seu nome na história do clube. Se conquistar a Recopa, a equipe iguala em parte a marca do Grêmio de Felipão, que foi campeão em sequência da Copa do Brasil, da Libertadores e da Recopa Sul-Americana em três anos, de 1994 a 1996 – na década de 90, o time foi além e ainda ergueu o bi do Brasileirão em 1996 e o tri da Copa do Brasil em 1997.

– Independiente é uma grande equipe, uma torcida que envolve e incentiva. É uma vantagem que temos. Podemos ganhar de 1 a 0 e seríamos campeões. Se tivéssemos perdido, teríamos que fazer dois gols. Está muito bem. Agora é a vez do Grêmio em frente da torcida. Não quer dizer que o Grêmio vai ser campeão. Mas temos a vitória simples, que pode nos dar o título – projeta o treinador.

O Grêmio encara o Independiente nesta quarta-feira, às 22h, no segundo jogo da Recopa Sul-Americana. Após o 1 a 1 do jogo de ida, o Tricolor precisa de uma vitória simples para conquistar o título. Um novo empate leva a decisão para a prorrogação. O elenco de Renato Portaluppi treina nesta segunda e na terça-feira à tarde antes do confronto.

> Os 26 jogos de mata-mata do Grêmio de Renato:

  • Copa do Brasil de 2016:

Grêmio 0 (4) x (3) 1 Atlético-PR – Oitavas de final – Arena

Grêmio 2 x 1 Pameiras – Quartas de final – Arena
Palmeiras 1 x 1 Grêmio – Quartas de final – Arena Palmeiras

Cruzeiro 0 x 2 Grêmio – Semifinal – Mineirão
Grêmio 0 x 0 Cruzeiro – Semifinal – Arena

Atlético-MG 1 x 3 Grêmio – Final – Mineirão
Grêmio 1 x 1 Atlético-MG – Final – Arena

  • Gauchão 2017

Veranópolis 0 x 2 Grêmio – Quartas de final – Antônio David Farina
Grêmio 5 x 0 Veranópolis – Quartas de final – Arena

Grêmio 1 x 1 Novo Hamburgo – Semifinal do Gauchão – Arena
Novo Hamburgo 1 (7) x (6) 1 Grêmio – Semifinal – Estádio do Vale

  • Copa do Brasil 2017

Grêmio 3 x 1 Fluminense – Oitavas de final – Arena
Fluminense 0 x 2 Grêmio – Oitavas de final – Maracanã

Grêmio 4 x 0 Atlético-PR – Quartas de final – Arena
Atlético-PR 2 x 3 Grêmio – Quartas de final – Arena da Baixada

Grêmio 1 x 0 Cruzeiro – Semifinal – Arena
Cruzeiro 1 (3) x (2) 0 Grêmio – Semifinal – Mineirão

  • Libertadores 2017

Godoy Cruz 0 x 1 Grêmio – Oitavas de final – Estádio Malvinas Argentinas
Grêmio 2 x 1 Godoy Cruz – Oitavas de final – Arena

Botafogo 0 x 0 Grêmio – Quartas de final – Estádio Nilton Santos
Grêmio 1 x 0 Botafogo – Quartas de final – Arena

Barcelona-EQU 0 x 3 Grêmio – Semifinal – Monumental
Grêmio 0 x 1 Barcelona-EQU – Semifinal – Arena

Grêmio 1 x 0 Lanús – Final – Arena
Lanús 1 x 2 Grêmio – Final – La Fortaleza

  • Recopa 2018

Independiente 1 x 1 Grêmio – Estádio Libertadores da América
Grêmio x Independiente – Arena



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