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Os gremistas se despediram nesta quinta-feira do presidente mais vitorioso dos quase 115 anos de história do clube. Fábio Koff, mandatário que conduziu o Tricolor ao bicampeonato da Libertadores, em 1983 e em 1995, e ao Mundial, em 1983, é velado no hall da Arena. O corpo será cremado nesta sexta-feira.

O corpo de Koff chegou à Arena por volta das 16h30 sob aplausos dos cerca de 100 torcedores que esperavam na esplanada do estádio. Os gremistas logo entoaram um cântico tradicional em homenagem ao ex-presidente: “Por isso, Grêmio, um campeonato somente te peço. Para os gremistas que lá no céu cantam comigo. Tu não os vê, tu não os toca, mas estão presentes. Vários momentos inesquecíveis me vêm à mente”.

Fábio Koff: presidente do Grêmio morre aos 86 anos e é imortalizado pelos gremistas

Um sem-fim de gremistas ilustres foi à Arena para se despedir de histórico ex-presidente. O presidente Romildo Bolzan, o vice de futebol e ex-presidente Duda Kroeff, os campeões do mundo Baidek, Mazaroppi e Tarciso, e o superintendente de futebol do clube, Antônio Carlos Verardi – o funcionário mais antigo do clube – estiveram presentes. Ex-presidentes do Inter Fernando Carvalho e Giovani Luigi também marcaram presença.

– Era uma pessoa que de cada situação que vivia, cada presidência que vivia, de cada time que montava, de cada ambiente que convivia, tinha tudo muito articulado. Tudo era uma causa. Não era um fato informal. Não tinha nada de improviso. Era homem extremamente inteligente para perceber os ambientes e contorná-los – comentou o presidente Romildo.

Campeões do mundo em 1983, Baidek e Mazzaropi se despedem do ex-presidente (Foto: Eduardo Deconto)

Aos 86 anos, Fábio Koff morreu às 7h20 da manhã desta quinta-feira, após ser internado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, com um quadro de infecção generalizada. O Grêmio divulgou um comunicado lamentando a perda: “O Clube expressa toda consternação pela perda de um símbolo de sua história, responsável pela maior glória já alcançada dentro de campo, e solidariza-se com sua família, amigos e com a torcida tricolor”, diz o texto.

Conforme o boletim divulgado pelo hospital, Koff estava hospitalizado desde 3 de maio, quando deu entrada por quadro de mal estar, piora do estado geral e febre. Inicialmente, foi constatada anemia severa. Exames adicionais evidenciaram infecção hepática. Ele foi transferido para Centro de Tratamento Intensivo (CTI) na última segunda-feira com um quadro de septicemia, insuficiência respiratória e disfunção de múltiplos órgãos.

O ex-presidente gremista enfrentava problemas de saúde desde 2015. Nesse ano, passou quase três meses internado no mesmo hospital por problemas respiratórios. Deu entrada no dia 22 de abril e recebeu alta em 13 de julho, alternando idas e vindas ao CTI. Em 2016, passou mais 42 dias internado por complicações respiratórias.

Ex-presidente do Inter Fernando Carvalho no velório do Fábio Koff (Foto: Eduardo Deconto)

A trajetória de Koff no Grêmio

Nascido em 13 de maio de 1931, em Bento Gonçalves, na serra gaúcha, Fábio Koff se formou em Direito e foi juiz em diversas cidades do interior do Rio Grande do Sul. Gremista apaixonado, era sócio do clube desde os anos 1950. Entrou no Conselho do clube pela mão de outro outro presidente histórico, Hélio Dourado, falecido em agosto de 2017.

O primeiro cargo no clube foi em 1976, como vice de futebol de Dourado. Desde então, esteve presente em grandes momentos da história do Grêmio. Tinha uma forte relação com Renato, autor dos gols na vitória por 2 a 1 sobre o Hamburgo, na final do Mundial de Clubes, e atual técnico. E especialmente com Luiz Felipe Scolari, técnico da dourada década de 1990 e aposta pessoal do presidente.

Fábio Koff visita o estádio Olímpico, onde viveu suas maiores emoções (Foto: Wesley Santos / Agência PressDigital)

Koff foi presidente do clube em três momentos: primeiro, em 1982, sendo o mandatário no título da Libertadores e do Mundial no ano seguinte. Em sua segunda passagem, após se recuperar de um problema de saúde, comandou o clube entre 1993 e 1996, com Felipão como técnico. Foi campeão da Libertadores novamente, do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil e da Recopa Sul-Americana, além de taças estaduais.

Sua terceira passagem iniciou em 2013, após derrotar Paulo Odone nas eleições. Investiu forte para tentar conquistar o tri da Libertadores no ano seguinte, mas o Grêmio acabou eliminado nas oitavas de final pelo San Lorenzo. Não concorreu à reeleição e lançou o nome do atual mandatário, Romildo Bolzan Júnior, seu antigo vice-presidente e presidente no tri da Libertadores.



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