Eduardo Moura

O Grêmio está em Buenos Aires para o duelo com o Estudiantes, nesta terça-feira, pelas oitavas de final da Libertadores. A partida, no entanto, não será disputada em La Plata, na casa do Pincha. Com os dois estádios da cidade em obras, o clube argentino vai mandar o jogo no Estádio Centenario, em Quilmes, cidade conhecida por fabricar a cerveja de mesmo nome e cerca de 15 quilômetros distante do centro da capital federal da Argentina. E que tem sido uma espécie de segunda casa dos tetracampeões da Libertadores.

Grêmio enfrenta o Estudiantes no Centenário Ciudad de Quilmes; conheça

Grêmio enfrenta o Estudiantes no Centenário Ciudad de Quilmes; conheça

O clube presidido por Juan Sebastián Verón investe toda a sua atenção e capacidade financeira na reforma do estádio Jorge Luís Hirschi, de sua propriedade. O palco do jogo que ficou conhecido com a Batalha de La Plata, contra o próprio Grêmio pela Libertadores de 1983, está em obras. Por sinal, por questões financeiras, em ritmo bastante lento. Situação que deve mudar nos próximos dias, já que Verón anunciou um acordo com o banco Itaú para um empréstimo de 5 milhões de dólares destinados à retomada e conclusão da obra. A previsão é de término em nove meses.

Mas por que o Estudiantes não joga em La Plata mesmo, no Ciudad de La Plata? Tido como um dos melhores estádios da Argentina, o palco também conhecido como Estádio Único pertence ao governo da Província de Buenos Aires e é utilizado também pelo Gimnasia, o outro clube da cidade, com frequência. No momento, o gramado está sendo totalmente modificado por ter sido danificado por uma série de shows, o que impede o uso neste semestre. Há, também, uma briga política das autoridades com o Estudiantes, algo que já vem de outras épocas, por conta das obras para um estádio próprio. Nada, porém, que signifique facilidades ao Tricolor.

– Acho que só o fato de jogar em um estádio argentino, independente de ser ou não o estádio deles, é um caldeirão. O Renato vai passar o vídeo deles, vamos ver como vai ser, para a gente entrar totalmente ligado neste jogo – destacou Cortez.

Estádio do Estudiantes passa por obras, em ritmo lento (Foto: Eduardo Moura)

Estádio do Estudiantes passa por obras, em ritmo lento (Foto: Eduardo Moura)

O sócio do Estudiantes Juan Manuel Villena aposta em cerca de 20 mil torcedores no estádio do Quilmes, 10 mil a menos que a capacidade do local, justamente pela distância de La Plata – são cerca de 40 quilômetros.

– O torcedor fica irritado pelos jogos não acontecerem em La Plata, porque as obras já tomam muito tempo – diz, entre uma espiada e outra às obras.

O Estudiantes paga 300 mil pesos (cerca de R$ 42 mil) por jogo para o Quilmes, dono do estádio Jorge Luís Meinzner e atualmente na segunda divisão argentina. E não é uma novidade para o clube de La Plata. Neste ano mesmo, já mandou jogos no local, inclusive contra o Santos, na fase de grupos da Libertadores. Em 2009 e 2010, com reforma do Ciudad de La Plata, também passou por essa situação. Ao enfrentar o Inter, nas quartas de final da Libertadores, foi eliminado em Quilmes, mesmo com a vitória por 2 a 1, por conta do gol qualificado.

O palco da partida de terça-feira, às 21h45 (de Brasília), deve contar com cerca de mil gremistas nas arquibancadas. O estádio começou a ser construído em 1987, em comemoração ao centenário do Quilmes, mas só foi inaugurado em 1995. Acanhado, tem a característica dos estádios mais antigos da Argentina, com a proximidade dos torcedores do gramado.

Em Buenos Aires desde a noite de domingo, o Grêmio não fará o reconhecimento do local de jogo. O time de Renato treina na tarde desta segunda-feira, no CT do Boca Juniors, na última atividade antes do duelo de terça-feira. Everton, com dores musculares na coxa direita, não viajou com a delegação e é desfalque.



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