Carlos Macedo / Agencia RBS

Renato Gaúcho, Grêmio e Flamengo vivem um triângulo amoroso nos últimos dias com o assédio ao treinador por parte dos candidatos à presidência do Rubro-Negro. Não que seja uma novidade. O cenário é muito semelhante com o de abril deste ano, quando o treinador rechaçou uma polpuda proposta para deixar Porto Alegre e se transferir para o Rio de Janeiro.

O momento da temporada, claro, faz toda a diferença. Mas o fato é que Renato arrastou a negociação até a data limite, a final do Campeonato Gaúcho, quando tornou o seu anúncio depois do jogo contra o Brasil de Pelotas quase mais importante que o título do Grêmio.

Pois a situação se desenha semelhante, apesar do tom distinto no discurso do comandante. Após o Gauchão, a confiança dos gremistas era na sequência do trabalho. Hoje, a dúvida é maior.

O Flamengo foi à carga de Renato no fim de março e início de abril. A oferta balançou o treinador, que tem o sonho de treinar o Rubro-Negro – pode cumpri-lo a partir de janeiro de 2019. No entanto, no Estádio Bento Freitas, após superar o Brasil de Pelotas e ser campeão gaúcho, Renato confirmou a permanência no Grêmio. E, garante-se, não quis aumento.

Renato terá mais um encontro com o presidente Romildo Bolzan Júnior para tentar avançar em sua permanência na capital gaúcha. A reunião ocorreria no sábado, passou para a segunda e deve ser ainda nesta quarta. Na terça, o empresário do treinador, Gerson Oldenburg, conversou com o CEO do clube, Carlos Amodeo, sem qualquer tipo de avanço na negociação.

Como naquela ocasião, o Grêmio pode reforçar um rival direto na briga pela Libertadores do ano que vem. Renato, em abril, rechaçou mais de R$ 25 milhões no contrato do Flamengo e preferiu dar seguimento ao projeto tricolor. Com o fim de ano, esse argumento cai por terra. Há de pé a relação de confiança com Bolzan, que terá seu último ano de gestão, e com o grupo de jogadores.

O comandante do Grêmio esteve no CT Luiz Carvalho na tarde de terça-feira, mas não apareceu no gramado. Rapidamente, apareceu na porta do vestiário, olhou o trabalho físico no campo e depois retornou ao interior do prédio. Assinou algumas camisas oferecidas por funcionários do clube e bateu papo com os seguranças Fernandão e Pedrão e o supervisor de logística Pedro Aguiar.

Além da própria definição, o futuro de Renato também tem uma série de consequências. O clube espera a permanência ou não do técnico para colocar em prática cenários já montados com relação a renovações de alguns jogadores. Casos de Léo Moura, Cícero e Douglas.

O Grêmio pouco se manifesta sobre a situação de Renato, mesmo informalmente. O que se sabe é a ausência de uma alternativa para o comando da equipe, caso o chefe não siga no cargo. Todos os esforços e expectativas estão em cima do maior ídolo da história do clube.

Renato acumula quatro títulos no Grêmio em dois anos e três meses: Copa do Brasil em 2016, Libertadores em 2017, Gauchão e Recopa em 2018. São 263 jogos no Tricolor em três passagens, com 131 vitórias, 70 empates e 62 derrotas – aproveitamento de 58,6%.



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