A campanha do Grêmio neste início de Brasileiro tem sido de mais dificuldades que o esperado depois de um título gaúcho com sobras. No último mês, a solidez defensiva, antes motivo para se enaltecer, despencou. O time gremista triplicou a média de gols sofridos e tem sido um problema para o técnico Renato Portaluppi.

Um dos elogios recorrentes para a equipe gremista nos primeiros meses deste ano era o bom rendimento defensivo. O time era pouco vazado e tinha este setor como uma de suas principais valências.

Até antes do início do Brasileirão, o Grêmio teve 19 jogos e sofreu apenas nove gols. Uma média de 0,47 gols por partida. Nesse número, entram 15 partidas pelo Campeonato Gaúcho, três pela Copa do Brasil e a Recopa Gaúcha.

Da estreia no Brasileiro, contra o Santos, para cá, a média triplicou. Foram seis jogos, sendo um deles pela Copa do Brasil, e o time foi vazado em dez oportunidades. Média de 1,6 gols por partida. Nos últimos dois duelos, contra Bragantino e Palmeiras, a equipe sofreu sete gols.

Bruno Uvini, Bruno Alves e Gabriel Grando em derrota do Grêmio — Foto: Marcos Ribolli

Bruno Uvini, Bruno Alves e Gabriel Grando em derrota do Grêmio — Foto: Marcos Ribolli

Contra o Alviverde, o Grêmio foi goleado por 4 a 1. O Tricolor não levava quatro gols em uma partida desde setembro de 2021, quando levou 4 a 2 para o Athletico na Arena da Baixada pelo Brasileiro.

Uma goleada por três ou mais gols de diferença não ocorria desde agosto daquele ano, quando o time comandado por Felipão perdeu para o Flamengo de Renato por 4 a 0 no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil.

Gols sofridos pelo Grêmio

  • Antes do início do Brasileiro: 9 gols em 19 jogos (0,47 por jogo)
  • Depois do início do Brasileiro: 10 gols em 6 jogos (1,6 por jogo)

No Brasileirão, o Grêmio tem a quarta pior marca defensiva, com nove gols sofridos. O lanterna América-MG levou 13 gols, enquanto Coritiba, 19º, e Goiás, 18º, levaram 11 e Cuiabá, Corinthians e Bragantino, sucessivamente acima, sofreram 10.

Um fator para o aumento da média é a qualidade dos adversários. Com o começo do Brasileiro, a dificuldade automaticamente elevou. Se ao longo do Gauchão teve apenas uma derrota, na semifinal para o Ypiranga, no campeonato nacional já são duas em só cinco jogos.

Outro motivo citado para a queda de rendimento da equipe é o número de desfalques. Desde o título estadual, Renato se deparou com alguns problemas para escalar o time.

Na reta final do Gauchão, Pepê já havia se lesionado. Mas após a final contra o Caxias, Reinaldo e Carballo foram para o departamento médico. Ambos retornaram na última quarta-feira. Villasanti teve fratura na face na estreia do Brasileiro e também voltou contra o Palmeiras.

Ao longo da competição, o treinador também teve os desfalques dos dois laterais-direitos, Fábio e João Pedro. Com isso, o jovem Thomas Luciano tem ganhado sua primeira sequência no time profissional. Ferreira, Geromel e Diego Souza são baixas há mais tempo.

Além dos jogadores com problemas físicos, o Grêmio passou por uma mudança importante no setor defensivo. Após polêmica envolvendo atos de indisciplina, o técnico sacou Adriel e promoveu Gabriel Grando, que virou titular desde a segunda rodada do Brasileirão.

Atualmente o Tricolor é 10º colocado com sete pontos. O time gaúcho tem duas vitórias, duas derrotas e um empate. Aproveitamento de 46% na competição.



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