
Em 24 horas, o Grêmio praticamente não parou nos bastidores. Entre terça e quarta-feira, a direção negociou as saídas de Bolaños, Pedro Rocha e Lincoln e ainda tratou da negociação que poderia tirar Luan, o principal nome da equipe. Mas o camisa 7 fincou o pé pela segunda vez e rejeitou jogar na Rússia. O Spartak partiu para o plano B e levou o companheiro de ataque. A poucas horas do fechamento da janela de transferências europeia, o diretor executivo André Zanotta garante: Luan não sai neste semestre.
E o Tricolor já admitia publicamente a necessidade de venda de pelo menos um jogador para não fechar o ano com as contas no vermelho. Luan não foi por 20 milhões de euros, mas Pedro Rocha engordou os cofres em 12 milhões. O suficiente para a diretoria entender que as finanças terão fôlego e, no lado esportivo, o técnico Renato Gaúcho fica com uma das principais peças para Brasileirão e Libertadores.
“O Luan posso afirmar que fica, não sai. Não há mais nenhuma negociação por ele. Estive na Europa para ver algumas coisas, além do Luan. Não temos a intenção de vendê-lo. Temos chance em duas competições de chegar forte por um título”. (André Zanotta, executivo)
Porém, a novela Luan ainda não está perto do fim. Quando ele retornar dos dois jogos das Eliminatórias pela Seleção, o primeiro nesta quinta-feira, na Arena gremista, voltará a ser chamado na sala de reuniões do CT Luiz Carvalho para debater a renovação de contrato. O Grêmio se limita a dizer que faltam “ajustes” para as tratativas avançarem. O salário é o maior entrave. A vitrine com a equipe Canarinho e a possibilidade de estar na Copa do ano que vem podem jogar a favor do Tricolor.
– Deixa ele (Luan) voltar da Seleção e vamos retomar o assunto com muita calma para ver isso. Obviamente, temos muito interesse que ele fique no Grêmio – acrescentou Zanotta na entrevista coletiva após a derrota do time reserva para o Cruzeiro, pela Primeira Liga, no Mineirão.
O vínculo de Luan com o Grêmio expira em 17 de setembro de 2018. Ou seja, em meados de março já poderá assinar pré-contrato com qualquer equipe para deixar a Arena seis meses depois, sem custos ao futuro clube.
Em campo, o atacante precisará retomar o caminho do gol. O último marcado foi há mais de um mês, quando garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo aos 25 minutos do primeiro tempo, em 13 de julho. Desde então, são oito jogos sem balançar as redes, ou 827 minutos. No período, porém, tem passes para gols ou participações, como no tento de Barrios na vitória sobre o Cruzeiro, no primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil. Na ocasião, completou cruzamento de Pedro Rocha que Fábio espalmou e o centroavante empurrou para a meta vazia.