
Em momento de engrenagem para a temporada de 2018, a diretoria do Grêmio inicia fase de reformulação no departamento de futebol. No final da tarde desta segunda-feira, o clube comunicou as saídas de Odorico Roman do comando da pasta, assim como do diretor Saul Berdichevski.
Odorico e Saul alegaram motivos pessoais e profissionais para explicarem a saída. Emocionados, deixam os cargos e voltam a serem exclusivamente torcedores. Sobretudo, acreditam que o futebol se manterá em ascensão para seguir a era de conquistas.
Com emoção
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Odorico apresentou os reforços Paulo Miranda e Thaciano (Foto: Eduardo Moura)
Seja na conquista ou no fracasso. Para um dirigente de futebol, a pressão é permanente e superdimensionada. Na tarde desta segunda, Odorico Roman se emocionou e tremeu a voz em entrevista com a Rádio Gaúcha.
– Essa decisão aconteceu em julho, quando comuniquei a família. Falei com o presidente Romildo Bolzan em 21 de dezembro, quando retornou de Assunção (pelo sorteio da Libertadores). Sou aposentado, mas a gente não pode parar. Tenho assuntos pessoais, um filho pequeno, uma empresa que não consegui tocar. Realmente, não tenho como continuar – conta, antes de prosseguir – O pessoal fez algumas falas na reunião. Foi por isso que me emocionei. Pareço uma pessoa fria, mas sou um bastante emotivo.
Na manhã de segunda-feira, Odorico participou das apresentações oficiais do zagueiro Paulo Miranda e do meia-atacante Thaciano. Seguirá com a função, enquanto o novo vice de futebol não for definido. Enquanto isso, trabalhará para contratar centroavante e lateral-direito – posições carentes no elenco atual.
“O Grêmio está em uma fase muito boa. A expectativa é de que ganhe mais títulos. Me considero mais torcedor na função de dirigente. Minha alegria foi ter vencido. Se for tetra, será a mesma alegria” (Odorico)
Campeão da Copa do Brasil e da Libertadores, o dirigente conseguiu ajudar o clube a entrar em rota de conquistas, mesmo com recursos financeiros escassos. A partir de então, volta a ser torcedor. E acredita que o sucessor, seja quem for, será bem sucedido junto com o presidente Romildo Bolzan.
– É uma questão de entender as coisas que deram certo e manter. O Grêmio está em uma fase muito boa. A expectativa é de que ganhe mais títulos. Me considero mais torcedor na função de dirigente. Minha alegria foi ter vencido. Se for tetra, será a mesma alegria. A emoção de ganhar um título como torcedor, não tem medida – acrescenta.
Motivos profissionais
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Diretor de futebol, Saul Berdichevski disse que tomou a decisão unicamente pela esfera profissional. Médico, voltou a rotina de trabalho em hospital e já se afastou dos assuntos referentes ao futebol do Grêmio.
– Eu tinha decidido na semana passada e tinha comunicado (a saída). Avisei que seria difícil continuar em função da minha função no hospital. Não posso abandonar a minha profissão. É muito dolorido pra mim, o futebol vai bem, os jogadores são os mesmos. Mas minha saída é profissional – explica.
Sem previsão
Em reunião realizada em 26 de dezembro de 2016, o Conselho de Administração escolheu Odorico Roman para ocupar o cargo de vice-presidente de futebol. O dirigente já atuava (desde setembro) como diretor da pasta junto com Saul Berdichevski – cujas indicações foram feitas por Adalberto Preis.
Desta vez, Preis diz que não fará indicações para o cargo e prefere evitar palpitar sobre o sucessor. Mas mantém aposta em um futebol forte na temporada.
– O presidente que vai coordenar. A influência é dele. O futuro futuro (vice) vai reforçar a equipe. O time será mais forte que 2017 – afirma.
A tendência é de que a escolha dos novos dirigentes aconteça no período de uma semana. Até lá, quem tomará a frente das decisões (ainda mais) será o diretor executivo André Zanotta.