Foto: Romildo de Jesus

A proximidade da retomada da Copa do Brasil e da Libertadores aumenta o debate interno do Grêmio sobre a conveniência de preservar titulares no Brasileirão.

Uma decisão cada vez mais difícil de ser posta em prática, considerado o ótimo desempenho da equipe na competição, o que voltou a ser demonstrado na vitória por 3 a 1 contra o Vitória, no Barradão, resultado que provocou o inusitado pedido de demissão por 90 dias de Ivan de Almeida, presidente do clube baiano.

Dia 27, o Grêmio disputará em Curitiba o jogo de volta contra o Atlético-PR e sequer precisará de uma vitória para avançar às quartas de final – fez 4 a 0 na partida de ida. Apenas três dias antes, atuará contra o São Paulo, no Morumbi, também candidato ao rebaixamento, como o Vitória.

Qual o melhor caminho a seguir?

— Acho que vamos disputar as duas partidas (São Paulo e Atlético-PR) com time de ponta. Mas vamos discutir com Renato. A análise será feita em cima do desgaste do elenco. Mas é certo que poupar jogadores fará parte da estratégia daqui para a frente — pondera o presidente Romildo Bolzan Júnior.

A conta do desgaste chega a cada partida. Contra o Vitória, Lucas Barrios foi substituído no início do segundo tempo e ainda mancava ao final do jogo. Michel, com virose, e Luan, com dores musculares, sequer haviam viajado a Salvador. E Geromel, também desgastado, foi vetado no aquecimento.

— Quando chegarmos na encruzilhada, veremos o que é mais importante e decisivo para o Grêmio — disse Bolzan, ao desconversar sobre qual das competições é prioritária. — Neste momento, queremos avançar no brasileiro e ter condições de disputar o título. Na hora, veremos o que é mais importante e saber avaliar.

Bolzan evita que a satisfação pelo bom momento da equipe transborde para a euforia. Comemora a retomada da “gordura” na pontuação, que permitirá ao time administrar bem o Brasileirão em meio a Copa do Brasil e Libertadores. Encantado com a solidez do time, diz não saber até onde o Grêmio poderá chegar. E, claro, sonha com títulos, não importa qual:

— Eu quero tudo — sorri. — A torcida quer tudo e eu tenho de expressar a vontade dela. Mas seria muita gula querer tudo. O que vier, vem bem.

Renato também mantém a serenidade. Sobre o jogo, destacou que as ausências o forçaram a adotar um novo modelo tático, assimilado em campo pelo time.

— O Grêmio está sendo exemplo no Brasil. Vem disputando três competições de alto nível e nas três vamos muito bem. Nunca vou cansar de elogiar este grupo — afirmou.

Apenas ao falar sobre seu papel como comandante, não deixou de reconhecer os próprios méritos.

— Vou falar com toda a humildade. Sempre tive os grupos na palma da minha mão. Sempre os controlei dentro e fora do campo. Ser gestor é fundamental. É mais da metade do trabalho — entende.



Veja também