
Ao fim de cada partida que o Grêmio vence e mostra o futebol vistoso, o técnico Renato Gaúcho reforça que sempre há atributos a melhorar na equipe. E um artifício antes pouco efetivo começa a ampliar o repertório ofensivo tricolor. Nos últimos dois jogos, o time marcou três gols em lances de escanteio. Para o duelo com o Santos, neste domingo, às 19h, na Arena, ganhou uma nova arma.
Na goleada por 5 a 0 sobre o Cerro Porteño, na última terça-feira, pela Libertadores, Jael e Cícero foram às redes em jogadas de bola parada. Na primeira delas, do centroavante, foi possível identificar movimentação ensaiada nos treinamentos. Luan cobrou o escanteio na primeira trave, Geromel desviou e quebrou a marcação adversária dentro da área. O Cruel se esticou de carrinho para empurrar ao gol. Everton também acompanhava o lance de perto para aproveitar alguma sobra.
Cícero fechou a goleada com uma cabeçada certeira em mais um cruzamento de Luan do lado direito. O meio-campista, aliás, tem o jogo aéreo como um de seus pontos fortes – tem outro gol anotado de cabeça, mas não em jogada de bola parada.
– É um time que cabeceia bem, temos que aproveitar mais essa jogada. Os gols de bola parada começaram a entrar agora. É esperar que, além do toque de bola, façamos uns gols a mais desta forma – comentou o jogador após a partida.
– Não somos uma equipe que faz muito gol de bola parada. Talvez por ter qualidade para jogar, a gente às vezes não vai com aquela gana na hora do escanteio. estamos começando a fazer gol de escanteio, bola parada, é uma possibilidade. O jogo pode estar truncado, você faz gol de bola parada. Aí, tentar clarear mais o jogo – completou Maicon.
Os treinos fechados, como o da manhã deste sábado, na Arena, também servem para Renato orientar os jogadores neste fundamento. A jogada é trabalhada constantemente pelo comandante. mas não houve uma mudança recentemente. O Grêmio alterna jogadas de cobrança curta, geralmente em triangulação de Luan, Ramiro e Maicon, com cruzamentos direto para a área.
– Sempre treinamos bola parada defensiva, treinamos bola parada ofensiva, por isso que às vezes fechamos os portões. Em todos os jogos, eu vejo um agarra-agarra, é difícil. Mesmo o Grêmio não fazendo gols, como aconteceu nos últimos jogos, importante é que temos procurado nos mexer bastante na área. Contra o Cerro, temos a jogada que o Geromel puxou e o Jael fez o gol. Não precisa ser o gol direto, importante é abrir espaço para o companheiro – explicou Renato.
No último sábado, Renato utilizou os reservas na derrota por 2 a 1 para o Botafogo, pelo Brasileirão. A equipe perdia por 1 a 0 quando Alisson cobrou escanteio da direita, e Igor Rabello cabeceou contra o patrimônio, em dividida com o volante Michel.
Antes desta sequência, o último tento construído em lance de bola parada pelo alto havia saído na derrota para o Avenida por 3 a 2, em janeiro, na primeira fase do Gauchão. Na ocasião, Paulo Miranda cabeceou para o gol em cruzamento de escanteio. Mas era o time de transição em campo, não o elenco principal.
Com a formação titular, a distância de um gol em cruzamento de bola parada é ainda maior. Inclusive, teve caráter decisivo e teve dois protagonistas que nem estão mais em Porto Alegre. Aconteceu em 20 de setembro de 2017, quando o Grêmio eliminou o Botafogo nas quartas de final da Libertadores. Lucas Barrios completou de cabeça uma cobrança de falta de Edílson do lado direito do campo para garantir o 1 a 0 na Arena.
No ano passado, houve outros lances no qual os cruzamentos de escanteio funcionaram, geralmente em lance semelhante ao do gol de Jael contra o Cerro. Um desvio na primeira trave para ser escorado para o gol na pequena área. Foi assim o gol de Barrios contra o Deportes Iquique, na fase de grupos da Libertadores, e Fluminense, pela Copa do Brasil.
Neste sábado, o Tricolor enfrenta o Santos, às 19h, na Arena. E conta com uma nova jogada no repertório para tentar buscar os primeiros três pontos dentro de casa no Brasileirão.