
Desmentido ao final do Superclássico Brasil e Argentina, terça (16), o rumor sobre a lesão muscular de Kannemann trouxe tranquilidade ao técnico Renato Portaluppi. Sem o zagueiro argentino, o Grêmio veria aumentadas ainda mais suas dificuldades para conter o ataque do River Plate, no qual despontam Lucas Pratto e Borré e mesmo o ex-colorado Scocco já deixou sua marca. O primeiro jogo será terça, dia 23, em Buenos Aires.
Dos 12 gols marcados pelo River na Libertadores, Lucas Pratto, ex-Atlético-MG, tem três e o colombiano Borré, dois. Mais decisivo, Pratto garantiu, por exemplo, a vitória por 1 a 0 contra o Santa Fe, na Colômbia. Borré foi mais decisivo nas fases de mata-mata. Fez um dos gols dos 3 a 0 no jogo de volta contra o Racing, nas oitavas, e outro, um belo arremate, por cobertura, nos 3 a 1 contra o Independiente, pelas quartas.
Gols bonitos não são raridadade quando se trata de Borré. Sua filização melhorou durante o último verão, quando, em férias, contratou os serviços do treinador colombiano Jaime Pabón. Em 2016, na Roma, Pabón havia sido decisivo para aprimorar as finalizações do egípcio Mohamed Salah.
— Borré é o primeiro a reconhecer a importância desse trabalho— observa o jornalista Martin Blotto, setorista de River no Olé. — Por ter muita noção para ocupar os espaços vazios, ele se encaixa muito bem com Pratto, que potencializou seu trabalho como pivô.
Conforme o comentarista Lucho Silveira, Borré é hoje o único titular absoluto do ataque do River, tendo desbancado Scocco e Rodrigo Mora, homem de confiança do técnico e ídolo da torcida.
Nem sempre foi assim, aponta o comentarista. Após destacar-se na Colômbia, Borré foi vendido ao Atletico de Madrid, onde não firmou-se pela falta de maior experiência. Também no River o início foi difícil.
— É um jogador rápido, forte e que sabe ficar na referência ou trocar com o Pratto. É essa inteligência que ganhou o técnico Gallardo — entende Lucho.
Dificuldade semelhante foi vivida por Pratto em seus primeiros momentos no River, destaca o comentarista. Hoje, sua movimentação mudou em relação ao tempo de Atlético-MG.
— Ele remodelou sua postura. Ele desce mais para ajudar, põe todo o fôlego à disposição do time — pontua Lucho.
Também setorista do River no Olé, Pablo Chiapetta alerta para a possibilidade de que Scocco comece a partida de terça-feira. Percepção que ele teve a partir da retirada de seu nome da lista de relacionados por Gallardo para o jogo de amanhã, contra o Colón, pela Supercopa Argentina. Nesse caso, ele seria preservado para enfrentar o Grêmio.
— Scocco é quem tem a melhor média de gol por minutos jogados. Ao contrário de Pratto, não é tanto de área, pode sair, vir de trás com a bola, participar dos circuitos de jogo e aproveitar a movimentação de Borré em diagonal, por trás dos zagueiros, para acioná-lo — detalha Chiapetta.
Kannemann coloca o River Plate no mesmo nível de qualidade de Palmeiras e Boca, equipes que disputarão a outra semifinal. Bicampeão do torneio – em 2014, pelo San Lorenzo e em 2017, pelo Grêmio _, o zagueiro faz um elogio geral ao adversário dos dias 23 e 30.
— Armani está vivendo um momento incrível, com um ou dois milagres por jogo. E os atacantes também estão bastante afiados — elogia Kannemann, que, durante a semana, brincou ao dizer que Franco Armani, Pity Martínez e Exequiel Palacios haviam sido cortados da seleção argentina para não sofrer nenhum “acidente” em disputa com ele nos treinamentos.
Geromel não fala em nomes. Ao comentar o poderio do River, cita sua tradição:
— A camisa pesa bastante. É um time de tradição, de muita qualidade. Ganhou a Libertadores há três anos. Vamos ter que nos preparar bem para este grande duelo — entende Geromel.
River na Libertadores
10 jogos
67% aproveitamento
5 vitórias
5 empates
0 derrota
12 gols marcados
4 gols sofridos
Goleadores
3 gols – Lucas Pratto
2 gols – Borré
Campanha até aqui
Fase de grupos
Flamengo 2×2 River (Mayada e Rodrigo Mora)
River 0x0 Santa Fe
Emelec 0x1 River (Pinola)
River 2×1 Emelec (Pity Martínez e Pratto)
Santa Fe 0x1 River (Pratto)
River 0x0 Flamengo
Oitavas de final
Racing 0x0 River Plate
River Plate 3×0 Racing (Pratto, Borré e Palacios)
Quartas de final
Independiente 0x0 River
River 3×1 Independiente (Scocco, Borré e Quintero)