Em um clássico, os clichês costumam ficar ainda mais em evidência. Um dos tantos esteve no lado do Grêmio após o 0 a 0 na Arena, na tarde de sábado, pela quinta rodada do Brasileirão. Sem conseguir furar o bloqueio do adversário, o discurso tricolor se dividiu entre a valorização pela postura da equipe e domínio da posse de bola e um pé de frustração pelo fato de não ter balançado as redes do rival mesmo com um “massacre”, conforme Renato Gaúcho.

Foi como se a maneira como o Grêmio dominou a bola e, por consequência, o rival, se transformasse em uma espécie de prêmio de consolação. O Inter tratou de jogar para dominar o espaço e cedeu poucas chances ao Tricolor. Na melhor delas, André isolou cruzamento de Luan quase na pequena área. Depois, Danilo Fernandes faria defesa em cabeçada de Madson. Geromel furou no rebote. E só. Apesar do volume, o Grêmio não encontrou muitas saídas.

– (Sentimento) De derrota, não. Mas sem dúvidas não saímos contentes pelo que apresentamos dentro de campo, a gente querendo jogar e o Inter fazendo cera o tempo todo. Danilo fez cera os 90 minutos e o juiz não deu amarelo para ele. Se é o Marcelo, é expulso e tudo, como já aconteceu. O que não podemos deixar de ressaltar é o que apresentamos dentro de campo. Buscar a vitória sempre – analisou o capitão Maicon, desfalque para o jogo de terça contra o Monagas, pela Libertadores.

“É um sentimento duplo. Feliz pela atuação, com 75% de posse de bola, jogando sempre agredindo. E triste porque acho que tínhamos que ganhar o jogo”. (Duda Kroeff, vice de futebol)

Maicon avaliou o empate e valorizou postura gremista (Foto: Eduardo Moura)

Maicon avaliou o empate e valorizou postura gremista (Foto: Eduardo Moura)

A postura colorada foi definida como “de time pequeno” pelo técnico gremista. O Tricolor acabou a partida com 67% de posse de bola, mas chegou a ter 93% entre os 35 e 40 minutos do primeiro tempo, tamanha superioridade. Trocou 478 passes certos e 23 errados, enquanto o Inter deu apenas 102 passes certos e 26 errados, segundo estatística da TV Globo.

– Acho que a postura do Inter se deve ao momento que estão vivendo, de turbulência. A gente passou por isso também em outros momentos. Vieram com uma determinação tática muito forte, talvez para não perder o jogo. Procuramos fazer o que a gente tem feito durante os jogos, ter a posse da bola, tentar agredir. Não tivemos a felicidade de colocar a bola para rede e ganhar o jogo – opinou Marcelo Grohe.

Renato Gaúcho chamou Inter de "time de segunda divisão" (Foto: Lucas Uebel / Grêmio / Divulgação)

Renato Gaúcho chamou Inter de “time de segunda divisão” (Foto: Lucas Uebel / Grêmio / Divulgação)

Apesar de discordar da postura colorada no clássico, Renato demonstrou “respeito” à decisão de Odair Hellmann em fazer um enfrentamento defensivo. Classificou a partida como um “massacre” tricolor, que não se transformou em vitória por erros de finalização.

– Não me preocopa nem um pouquinho. Campeonato Brasileiro é sempre assim, principalmente porque foi um clássico. Hoje (sábado) foi mais um massacre. Mas às vezes a bola não vai entrar. O Grêmio não vai ganhar todos os jogos. Estamos com oito pontos. Sempre disse que precisamos nos manter naquele pelotão da frente. Só que temos outras duas competições. Muitas equipes jogam só o Campeonato Brasileiro, e para não perder – cutucou Renato.

Não há muito tempo, porém, para lamentar. O Grêmio viajou na madrugada deste domingo para Maturín, na Venezuela, onde encara o Monagas na terça-feira, pela Libertadores. A delegação conta com apenas cinco titulares: Grohe, Geromel, Kannemann, Cortez e Ramiro. O restante fica em Porto Alegre, preservado.



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