O Grêmio vai enviar para a CBF nesta segunda-feira um ofício para solicitar uma série de informações sobre a arbitragem do empate com São Paulo, no sábado, no Morumbi. Além dos áudios do árbitro e do VAR durante a partida, o clube gaúcho também quer gravações da reunião entre dirigentes do clube paulista e a entidade.
Em nota divulgada neste domingo, o Grêmio informou que pediria a anulação do empate por se considerar prejudicado pela arbitragem e em função de uma mudança na escala do árbitro de vídeo do jogo contra o São Paulo. Os requerimentos são o primeiro passo para isso.
O Tricolor diz que vai manter a solicitação de anulação, mas pretende ter acesso às informações antes de definir uma estratégia. Por isso, pediu as seguintes informações para a CBF:
- Data e horário da reunião entre São Paulo e comissão de arbitragem da CBF
- Participantes da reunião e como foi feita (presencial ou on-line)
- Se foi virtual, o Grêmio quer ter acesso às gravações da reunião
- Acesso aos áudios das conversas da equipe de arbitragem do campo
- Acesso aos áudios das conversas dos árbitros de vídeo
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Pepê em lance reclamado pelo Grêmio — Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA
O documento foi formulado pelo departamento jurídico do Grêmio durante o domingo, após uma série de reuniões com a diretoria. Desde o início da manhã, os advogados do clube seguiram as orientações do presidente Romildo Bolzan Júnior e do Conselho de Administração.
– Embora a CBF seja entidade privada, é de interesse público. O tamanho do futebol brasileiro impõe, a meu juízo, a observância de normas de governança. Na nossa visão, tem que atender de forma plena o princípio da transparência e divulgar. Até para que possa corrigir erros – disse Leonardo Lamachia, diretor jurídico adjunto do Grêmio, ao ge.
A partir das respostas da entidade às solicitações, o Grêmio irá definir a estratégia para tentar a anulação do jogo. O departamento jurídico já traçou dois caminhos e aguarda as informações requisitadas para fazer a opção por um deles.
— Estamos preparando e estudando um pedido de anulação, mas precisamos desses elementos se vamos adotar uma ou outra estratégia. A partir destes pedidos, destes elementos que vão ser colocados, vamos avaliar qual a estratégia. É difícil, é raro, mas estamos trabalhando em cima deste pedido — destacou Lamachia.
A arbitragem do jogo esteve nas mãos de Rafael Traci, árbitro Fifa de Santa Catarina. Os auxiliares eram Henrique Neu Ribeiro e Helton Nunes. Já o árbitro de vídeo foi Elmo Alves Resende Cunha (GO), auxiliado por Lucas Paulo Torezin e Victor Hugo Imazu dos Santos, ambos do Paraná.
O Grêmio cita quatro lances em sua reclamação. Os lances de Reinaldo em Pepê e Geromel, com pênaltis requisitados, e pisões de Daniel Alves em Luiz Fernando e Tchê Tchê em Alisson para análise de expulsões.
Mas, nas palavras de Lamachia, os erros não são o problema. E sim a mudança na escala de arbitragem de vídeo a pedido do São Paulo. Inicialmente, o responsável pelo VAR seria Rodolpho Toski Marques, cuja atuação foi criticada pelo São Paulo no empate em 3 a 3 com o Fortaleza, pela Copa do Brasil.
— O que mais nos chama atenção e nos indigna não é a marcação ou não do lance. O árbitro do campo pode errar, é humano. O que nos causa estranheza é o encadeamento de fatos, que leva a crer que há alguma coisa além de erro. Se tem uma reunião de um dos clubes, horas antes da partida uma mudança e não é utilizado o protocolo, na nossa avaliação coloca a partida em suspeição — completou o advogado.
O Grêmio irá se manter em cima do assunto e espera manifestação pública também de Leonardo Gaciba, chefe da Comissão de Arbitragem da CBF. O técnico Renato Portaluppi inclusive chegou a pedir um programa ao vivo com o ex-árbitro para responder perguntas de treinadores do Brasileirão.