O interesse do Grêmio no jogo com o Sport foi semelhante ao da torcida: foram pouco mais de 13 mil pessoas na Arena na tarde de sábado. Muito diferente dos estimados 51 mil na próxima terça, contra o River Plate, no jogo que define uma vaga à final da Libertadores. A derrota por 4 a 3 saiu muito da falta de foco do time reserva na visão de Renato Portaluppi. Apesar dos nomes diferentes na escalação da semifinal, as lições ficam para a decisão.
Renato não cansa de repetir uma palavra: foco. Entrevista sim, entrevista também, o técnico gremista pede sempre concentração alta aos seus jogadores, que por vezes repetem como um mantra – caso de Bruno Cortez, por exemplo, em suas manifestações. Com a vantagem da vitória por 1 a 0 no Monumental de Nuñez, o discurso é de olhar para esta derrota e tentar não repetir a postura da equipe.
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Renato cobra foco de elenco gremista — Foto: Wesley Santos / Agência PressDigital
Na entrevista coletiva após o revés para o time pernambucano, o comandante usou um exemplo corriqueiro no vestiário tricolor: quando os pais levam filhos pequenos ao shopping, a atenção com a criança é redobrada. Algo que faltou em lances capitais na Arena, no sábado, principalmente na bola parada.
– Eu sempre aprendo muito com as vitórias e as derrotas. O que mais cobro é o foco e a concentração. Independente do adversário e onde é o jogo, o jogador tem que estar concentrado naquilo que está fazendo a partir do momento que o juiz apita. Tem que estar ligadíssimo o tempo todo, porque qualquer descuido pode ser fatal. Até nos treinamentos, para colocar na cabeça exatamente o que deve ser feito dentro do campo. E sabemos que esses erros podem ser fatais na terça – opinou Renato.
“Nenhum pai e nenhuma mãe que levam o filho de dois anos para o shopping viram as costas para ele e deixam de dar a mão. Porque alguma coisa ruim vai acontecer (Renato Gaúcho)
Desde a chegada de Renato, em setembro de 2016, o Grêmio sofreu quatro ou mais gols em cinco oportunidades: contra o Santa Cruz, no 5 a 1 em 2016, em Recife; contra o Sport, outro 4 a 3, dessa vez na capital pernambucana e contra o Atlético-MG, mesmo placar, no Independência, ambas em 2017; e neste ano, para o Caxias, na Arena, quando levou 5 a 3.
Mas o treinador não participou da partida do Gauchão, quando o time de transição estava em ação, e nem do jogo de 2016, quando James Freitas, então auxiliar, comandou a equipe. No sábado, foi a primeira vez que o ídolo levou quatro gols dentro da Arena.
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Grêmio sofreu três gols de bola aérea contra o Sport — Foto: Wesley Santos / Agência PressDigital
– É um papo que tenho com o grupo. Não vou ficar aqui expondo A, B ou C. Eu acerto nas conversa e no vídeo. Não tem equipe perfeita. A falha vem de você estar desfocado. Não estivemos focados em determinados momentos da partida. Até o juiz apitar o final, as coisas acontecem. Pagamos o preço por isso. Jogador é pago para isso. É o ganha-pão dele. Se houver erros, infelizmente o grupo todo vai pagar – comentou Renato.
O Tricolor agora vira todos os holofotes para o duelo com o River Plate. O domingo será de treinamento todo fechado no CT Luiz Carvalho para os titulares. Luan e Everton seguem em recuperação e não têm presença assegurada para a decisão contra os argentinos na terça-feira, na Arena, às 21h45.