Dezembro de 2016. Bruno Cortez volta ao Brasil sem grandes propostas. É oferecido para todos os lados. O Náutico é um dos que avançam nas negociações. Está tudo para ser fechado, mas o telefonema de Léo Moura, jogador do Grêmio, o faz esperar. O lateral-esquerdo também havia sido bem visto no clube gaúcho. Hoje, o camisa 12 vive os louros de ter feito uma semifinal de Mundial de Clubes perfeita e ter salvo a pele gremista em duas oportunidades contra o Pachuca.

Cortez poderia ter sido rebaixado para o Náutico em 2017. Mas é campeão da Libertadores e terá pela frente Cristiano Ronaldo, Kroos e companhia na final do Mundial, o próximo sonho gremista. Tudo por conta de um telefone de Renato.

– Cortez, você quer jogar ou passear em Porto Alegre?

Bruno Cortez e Everton em treino do Grêmio nos Emirados Árabes (Foto: Lucas Uebel / Grêmio, DVG)

Bruno Cortez e Everton em treino do Grêmio nos Emirados Árabes (Foto: Lucas Uebel / Grêmio, DVG)

A pergunta do comandante, respaldado por uma torcida do qual é ídolo, foi prontamente respondida com o que Renato queria ouvir. Dedicação não faltaria em 2017. O ano iniciou no banco de reservas, mas com a lesão de Marcelo Oliveira no início do Brasileirão, a posição era do carismático lateral.

– É mais gratidão ao Renato. Ele é querido por todos, tem dado moral, sempre conversa comigo e fala que quer o Cortez da época do Botafogo, que defende na hora certa. Tenho total gratidão. Jogo por ele, que confiou em mim. Sou muito grato – conta Cortez.

A vitória por 1 a 0 sobre o Pachuca, na prorrogação, foi a confirmação definitiva de uma nova fase de Cortez na carreira. Reconhecido pela força ofensiva e atrevimento com a camisa do Botafogo, é hoje um lateral defensivo decisivo. Marcou o que significam dois gols ao esticar o pé e tirar a bola do domínio do japonês Honda dentro da área de Marcelo Grohe.

– Desde que cheguei falei que tinha aprimorado a parte defensiva no Japão, é um futebol com correria. Sempre pegava os pontos rápidos, sempre estava na cobertura ali, treinava a linha de quatro. É fruto dos trabalhos, quando cheguei aqui, o Kannemann, o Geromel, Bressan, Bruno, Thyere, sempre me ajudam. O próprio Marcelo também. Estou mostrando cada vez mais que estou bem tanto na defesa quanto no ataque e mostrando meu futebol – encerrou o lateral.

Dirigentes gremista revelam em papos informais que muitas pessoas conversam, entram em contato e lamentam por não terem acreditado em Cortez. A diretoria e o técnico no Tricolor creram, Cortez nem se fala. E o Grêmio que ganha com isso.



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