
A fábrica de volantes do Grêmio tem sido tão bem sucedida ao longo da história recente que gerou uma anedota: a de que, se Pelé fosse formado no clube, seria, na verdade, o melhor camisa 5 de todos os tempos. Uma tese que jamais será comprovada, mas se análisarmos os números do século 21, a tese ganha ainda mais graça. Entre 2001 e 2018, o Tricolor Gaúcho vendeu 10 volantes e está prestes a completar um time só de jogadores da posição revelados e vendidos. Uma média superior a um jogador a cada dois anos.
A conta poderia ser ainda maior, caso Anderson, vendido como meia, e Anderson Polga, vendido como zagueiro, entrassem. E se promessas como Willian Magrão e Maylson tivessem alcançado as expectativas criadas. Ou se Tinga não tivesse entrado na justiça contra o clube em 2004. Veja quem são os 10 nomes vendidos antes de Arthur, cuja saída para o Barcelona é iminente.
Eduardo Costa
Campeão mundial sub-17 com a seleção brasileira em 1999, Eduardo Costa subiu aos profissionais do Grêmio no ano seguinte e foi titular do time que, sob o comando de Tite, conquistou a Copa do Brasil em 2001. Chegou à Seleção principal no mesmo ano e foi vendido rapidamente ao Bordeaux, fazendo uma carreira de cerca de nove anos no exterior. Se aposentou em 2015, aos 32 anos.
Lucas Leiva
Surgiu como destaque na base do Grêmio em 2005 e se firmou em 2006. Foi vendido ao Liverpool em 2007 e atuou por dez anos no clube inglês, construindo uma carreira sólida e conquistando o respeito da torcida. Teve passagens pela Seleção principal, conquistou o bronze olímpico em 2008 e atualmente defende as cores do Lazio.
Adilson

Depois de um fim de 2017 ruim, Adilson quer reconquistar um lugar na equipe do Atlético-MG
Volante com bom poder de marcação, Adílson atuou nos profissionais do Grêmio entre 2007 e 2012, ano em que foi vendido ao Terek Grozny, da Rússia. Ficou por lá até 2017, quando voltou ao Brasil para jogar pelo Atllético-MG.
Rafael Carioca
Surgiu no Brasileirão de 2008 e foi titular da equipe vice-campeã brasileira. Depois, foi vendido ao Spartak Moscou, em 2009, e alternou momentos no Brasil e na Rússia, com passagens por Vasco e pelo Atlético-MG, do qual foi novamente vendido ao Tigres, do México.
Tiago Dutra
Titular da seleção sub-17 em 2007, Tiago Dutra atuou muito pouco profissionalmente pelo Grêmio. Foi vendido ainda aos 19 anos para o Villarreal em 2009, para que o clube pudesse, com o dinheiro da venda, contratar Souza, meia então tricampeão brasileiro pelo São Paulo. Hoje, aos 27, vem de uma boa passagem de três anos pelo América-RN e atualmente está no Altamira, da segunda divisão mexicana.
Bruno Renan
Destaque do Grêmio no título do Brasileiro Sub-20 de 2008, Bruno Renan surgiu como um fenômeno. Foi vendido em 2009 para o Shakhtar Donetsk, mas, sempre enfrentando problemas com o peso, não se firmou na Ucrânia. Voltou ao Brasil, chegou a jogar a Série A pelo Criciúma em 2013, mas também não se firmou e passou a perambular pelo país. Jogou no Pelotas, no Rio Branco-PR, América-RN e agora tenta a sorte no futebol paraguaio, no 3 de Febrero.
Fernando
Recordista em convocações para seleções de base (são mais de 70), Fernando completou o ciclo do sub-15 ao sub-20 e foi campeão pela principal, da Copa das Confederações, aos 21. Vendido pelo Grêmio ao Shakhtar Donetsk, atuou com frequência no clube ucraniano e foi para a Sampdoria, da Itália, vendido. Agora, está no Spartak Moscou.
Misael
Destaque da seleção sub-17 no Sul-Americano de 2011, Misael chamava a atenção pela força física e foi vendido a um grupo de empresários. Saiu do clube ainda na base, para o Santos, e depois passou pelo Coritiba. Sem muito brilho.
Matheus Biteco
Vendido a um grupo de investidores, Matheus Biteco chegou a voltar ao clube por empréstimo, mas atuou pouco. Estava tendo uma sequência maior na Chapecoense, mas morreu no trágico acidente de 2016.
Walace

Baiano, Walace chegou ao Grêmio na negociação de Marquinhos, meia, com o Avaí. Veio como meia, mas depois virou volante e se firmou no Tricolor Gaúcho com Felipão, em 2014. Cresceu ainda mais sob o comando de Roger Machado, e foi recompensado pelo bom desempenho com o título olímpico em 2016. Logo depois, deixou o clube e foi para o Hamburgo, da Alemanha, onde está até hoje.