
Em quatro de oito jogos disputados até o momento no Brasileirão, o Grêmio teve domínio territorial e da bola. Nem por isso traduziu a vantagem de campo em gols. Ficou no 0 a 0 com Atlético-PR, Inter, Paraná e Fluminense – três vezes na Arena. Além de encontrar adversários retraídos, o time de Renato Gaúcho sofre com a falta de efetividade, pois precisa de 13 finalizações para conseguir balançar as redes rivais, segundo as estatísticas da Rede Globo.
Na última quarta-feira, diante do Fluminense, na Arena, foram nada menos que 21 chutes à meta de Júlio César. Nenhum passou pelo goleiro do clube carioca. Assim, o Tricolor atingiu um total de 105 conclusões no Campeonato Brasileiro. Como marcou oito vezes até o momento, tem necessitado de 13 tentativas por jogo, em média, para acertar o alvo. É o sexto pior no quesito entre os 20 clubes (veja na tabela abaixo).
FINALIZAÇÕES X EFETIVIDADE
Time | Finalizações | Gols | Chutes por gol | Chances reais | Time | Finalizações | Gols | Chutes por gol | Chances reais |
Atlético-MG | 125 | 11 | 11,3 | 60 | Vitória | 98 | 13 | 7,5 | 37 |
Sport | 115 | 12 | 9,5 | 47 | Palmeiras | 96 | 10 | 9,6 | 43 |
Paraná | 113 | 3 | 37,6 | 29 | Chapecoense | 95 | 9 | 10,5 | 30 |
Cruzeiro | 111 | 5 | 22,2 | 33 | Fluminense | 94 | 11 | 8,5 | 44 |
Vasco | 110 | 11 | 10 | 39 | Ceará | 93 | 4 | 23,2 | 24 |
Bahia | 106 | 6 | 17,6 | 38 | América-MG | 90 | 10 | 9 | 37 |
Grêmio | 105 | 8 | 13,1 | 42 | São Paulo | 88 | 13 | 6,7 | 38 |
Inter | 104 | 10 | 10,4 | 36 | Santos | 85 | 6 | 14,1 | 27 |
Flamengo | 102 | 15 | 6,8 | 39 | Botafogo | 84 | 9 | 9,3 | 35 |
Atlético-PR | 100 | 9 | 11,1 | 41 | Corinthians | 72 | 11 | 6,5 | 30 |
O Grêmio fica à frente apenas de Santos (14,1), Bahia (17,6), Cruzeiro (22,2), Ceará (23,2) e Paraná (37,6). O time mais efetivo é o São Paulo, segundo colocado, que precisa de 6,7 chutes para fazer um gol. Atrás dos paulistas, aparece o líder Flamengo, com 6,8 finalizações por tento.
– Temos criado oportunidades contra Paraná, Inter, Atlético-PR e ontem (quarta-feira, contra o Fluminense). Acabou que fomos infelizes. Temos pecado nas finalizações e precisamos caprichar mais – admitiu o atacante Everton em entrevista coletiva na quinta-feira.
Além disso, das 21 finalizações contra o Flu, os gaúchos transformaram somente quatro delas em chances reais de gol. Este ponto evidencia ainda mais a falta de efetividade gremista, pois a equipe já construiu 42 oportunidades claras para marcar, o que dá uma média de 5,25 por jogo. Mas os gols são apenas oito, cinco deles na goleada sobre o Santos.
“Fazendo o gol, muda a história do jogo, eles têm que sair mais, dar mais espaço. Mas, enquanto o gol não sai, fica aquela ansiedade e a gente vai tentando pelo lado, dentro, bola área. Vamos continuar trabalhando e achar soluções”. (Marcelo Grohe, goleiro)
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Ou seja, o estilo próprio de toque de bola e controle das partidas saudado pelo Brasil desde o ano passado, que culminou no tri da Libertadores, ainda predomina. Ao fim da oitava rodada, o Grêmio foi ultrapassado pelo Atlético-PR como equipe que mais troca passes. Mas as dificuldades para furar os bloqueios adversários só aumentam. Até o momento, o Tricolor só não teve mais posse que o adversário na derrota para o Botafogo, com time reserva. Mesmo assim, Renato rechaça mudar o modelo de jogo.
– Não tem que mudar. Muda o estilo no momento que tem jogadores diferentes. Não tenho essa preocupação porque o Grêmio tem jogado bem, criado. Às vezes, consegue fazer o gol, às vezes, não. O adversário também busca o resultado positivo. Meu time joga bonito, mas nem sempre vai ganhar. Daqui a pouco a bola entra – afirma o técnico.
A busca pela recuperação na tabela terá de ocorrer fora de casa. O Grêmio viaja na tarde desta sexta-feira para Salvador, após treino pela manhã, e enfrenta o Bahia no domingo, pela nona rodada do Brasileirão. Com o empate, a equipe caiu para a nona colocação, com 13 pontos.