O Grêmio tem encontrado dificuldades em 2020 para firmar rendimento e conseguir os bons resultados de anos anteriores. Na análise do técnico Renato Portaluppi, o desempenho atual tem uma relação direta com a ausência de um meia, o “cérebro” do time.

Desde o início da temporada, as tentativas do treinador na posição não engatam sequência de jogos nem geram resultado. Enquanto isso, o teórico titular absoluto, Jean Pyerre, convive com problemas físicos.

Renato deixa claro que, para seu esquema, o meia tem importância “cerebral”. A ponto de justificar atuações inconstantes da equipe por conta da ausência de um armador clássico à disposição.

— O meia de uma equipe é o cérebro. Faz muita falta. Temos o Jean, mas está há muito tempo parado, longe da melhor forma. Temos que improvisar. Muita gente não vê isso, só cobra. Estamos observando, buscando (uma contratação). Mas essa é uma resposta que podemos ter na próxima semana — apontou Renato após a vitória sobre o Juventude pela Copa do Brasil.

Jean Pyerre voltou a atuar contra o Juventude — Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Jean Pyerre voltou a atuar contra o Juventude — Foto: Lucas Uebel/Grêmio

A ausência de um jogador na função, no entanto, não explica por si só o rendimento do time em 2020, seja agora, seja antes do futebol parar por conta da pandemia do novo coronavírus. O comentarista Leonardo Oliveira, de GaúchaZH, analisa que o esquema do Grêmio tem privilegiado individualidades, como era com Everton, hoje com Pepê.

— O meia faz falta, mas, contra o Juventude, Isaque foi esse meia e teve uma ótima atuação. O meia clássico que Renato tem é Jean Pyerre, mas há ressalvas dele pelo fato de pisar pouco na área. O rendimento do time não me parece estar ligado à ausência desse jogador. Passa por mecânica e um vício que o Grêmio tem, de concentrar seu jogo numa individualidade que decida — opina.

Escalados como meia em 2020

  • Jean Pyerre: 8 jogos
  • Isaque: 6 jogos
  • Robinho: 5 jogos
  • Thiago Neves: 4 jogos
  • Thaciano: 3 jogos
  • Patrick: 3 jogos
  • Luciano: 1 jogo

Titular e autor do gol da vitória sobre o Juventude, Isaque é meia de formação, mas joga também como centroavante. Patrick começou o Gauchão como titular e hoje está em vias de deixar o clube. Thiago Neves, contratado a pedido de Renato, teve o contrato rescindido após não render o esperado.

Robinho chegou no segundo semestre para jogar por ali. Ainda não rendeu no nível de exigência atual do Grêmio. Thaciano e Luciano também foram testados. Da mesma forma, sem aprovar.

— O meio de campo é uma posição muito importante, principalmente para o estilo do Grêmio, de posse e toque de bola. Tem grandes jogadores aqui. Vamos procurar sempre ajudar — comenta Isaque.

No mercado

O Grêmio tem em andamento uma negociação com o meia Gastón Ramírez, da Sampdoria. As tratativas giram em cerca de 2 milhões de euros (R$ 13 milhões). A expectativa é justamente preencher essa lacuna e trazer de volta a naturalidade coletiva do time.

— Gastón Ramírez é o jogador que se aproxima da característica a qual o técnico gosta na posição. É mais agressivo, entra na área, arremata, algo que ele pensou que Thiago Neves era e algo que foram Luan e Douglas, em 2016 e 2017 — completa Leonardo Oliveira.

A tendência é que Isaque seja mantido no time até a recuperação plena de Jean Pyerre, ou algum reforço chegar. O Grêmio treina neste sábado e no domingo antes de enfrentar o Bragantino, pela 19ª rodada do Brasileirão. A partida está marcada para as 20h de segunda-feira, na Arena.



Veja também